Reviver, é trazer-se ao presente sombras de um passado no labirinto do tempo... سونيا بباتربس

P á g i n a s de P o e s i a: Epílogo

domingo, 8 de junho de 2008

Epílogo


Manchando o rio sobre tons à suas margens iluminadas pelo alvorecer.. eis que me surge o aproximar-se deste derradeiro dia; não é simplesmente o chegar de mais um amanhecer, nem o mero passar de horas silencio no dia que me segue em quanto pelo tempo passo...
Não é apenas o esvair-se de segundos dentro aos silentes minutos que se deixam romper... Não é o acaso de momentos em espera buscando o findar... Outro sim, o andar manso e calado, nos passos que rumam em direção ao infante distante do meu pensar...
E ao seu ilusório caminhar, vejo-o seguindo em direções diversas onde o sol lhe faz exaltar...belo dia...areias claras cintilam, me ofuscando as retinas... infindo céus! que deixando-se cobrir ao azul celestial onde o firmamento se resplandece... Caminho rumo ao horizonte do meu ser...
Onde ao leste farei minha última oração.
Sigo em frente deixando para traz o destino das horas que me perseguem, aos minutos que já não sigo... deslumbro meus passos, nas pegadas do tempo... Ergo meus olhos para o horizonte.. onde elevo meus pensamentos ao infinito...
Já tão próximo de mim.
Em minha bagagem trago um grande amor, uma imensa saudade da tua ausente presença...
Uma enorme tristeza na distancia que já não estarei para alcançar...
Não será na verdade o notório brilhar fugaz e fútil de um náufrago dia, que navega em frete insano na busca de um entardecer. Onde na escuridão da noite deixa-se afogar...
Um bardo vazio na esperança já finda...
Em meu coração já tão ferido as marcas do pungir de tristes aguardes...
Em minh’alma sangram gotas que tingem de rubro as sombras nas areias pelas quais passo.
Vou-me pelas veredas de Deus!
Sem temer o entardecer da minha existência...
Sem mais tentar o reiniciar a todas as coisas pelas quais dei minha vida...
Sem temer um amanhã onde já não haverei...
Sem compartilhar o amor ao qual me ofertei, onde fiz-me única...
Não haverão dias semelhantes, nem outras noites para contemplar...
Como uma andarilha sigo o vento, no compasso do tempo na sonoridade do silencio...
Deixando ainda ficar um último verso, escrito nas areias onde o vento apagará...
Sigo com meus passos, passo a passo à trilhar o indescritível porque do meu estar...
Nas dobras das nuvens mesclados de rosa chá e em tons de púrpura que matizam-me o semblante já tão cansado...
Eis que me surge o crepúsculo dentro ao findar deste fardo dia...
Precipitam-se dos meus olhos lágrimas de um adeus ao todo que eu não vivera e a tudo que transformou-se em nada...
Deixo percorrer meu olhar ao redor de mim mesma já sem deixar pegadas nem sombras...
Do que eu fora, hora tão somente apagadas lembranças...
Já se põe o astro fogo em sua magnânima exuberância e ao desfalecer dos seus raios onde finalmente me deixarei partir, levando em minh'alma uma imensa saudade... um grande vazio desde a imagem deste último crepúsculo ao epilogo do meu ocaso...
سونيا بباتربس سالم

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